Primeiro dia do Seminário Estadual de Educação Inclusiva e Educação Infantil promove diálogos sobre acolhimento, inclusão e práticas pedagógicas

Getting your Trinity Audio player ready...

Com a presença de 600 participantes, a programação desta quarta-feira (05/11) contou com abertura solene, palestra de Cecília Antipoff e painéis sobre inclusão, autismo e saúde ocular.

O Seminário Estadual de Educação Inclusiva e Educação Infantil, promovido pela Undime Minas Gerais, teve início nesta quarta-feira (05/11), no Espaço The One Eventos, em Belo Horizonte, reunindo cerca de 600 participantes entre dirigentes municipais, professores e gestores escolares de todo o estado. O encontro também evidencia a parceria com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e instituições parceiras, busca fortalecer o regime de colaboração e promover reflexões sobre a inclusão e a Educação Infantil.

A solenidade de abertura contou com a presença de diversas autoridades: Jonatas Gonçalves Rêgo, presidente da Undime Minas Gerais, da Undime Sudeste e dirigente municipal de Educação de Mirabela; Suely Duque Rodarte, diretora executiva da Undime Minas Gerais; Rossieli Soares, secretário de Estado de Educação de Minas Gerais; Dra. Giselle Ribeiro de Oliveira, promotora e coordenadora do CAOEDUC/MPMG; Major Bruno Félix, coordenador de Educação da PMMG; Tatiana Servos, subsecretária de Educação Inclusiva da Prefeitura de Belo Horizonte; Girlaine Figueiró Oliveira, vice-presidente do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais, e Cristiane Boaventura, vice-presidente do SINEPEMG.

Em sua fala, o presidente da Undime Minas Gerais, Jonatas Gonçalves Rêgo, destacou a importância da união entre as redes municipais e estadual de ensino:

“É uma grande satisfação ver tantos educadores comprometidos com a inclusão e a educação infantil. Este seminário evidencia o regime de colaboração, que tem gerado ações importantes e inéditas em prol da educação pública mineira.”

A diretora executiva da Undime Minas Gerais, Suely Duque Rodarte, reforçou o propósito formativo e humano do encontro.

“Este é um momento de escuta, de aprendizado e de inspiração. Que estes dois dias nos motivem a seguir construindo uma educação mais humana, empática e inclusiva.”

Já o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares, falou sobre o compromisso da SEE/MG com a equidade.

“Esta é a minha primeira participação enquanto secretário de Estado de Educação de MG em um encontro da UNDIME MG, e tenho um orgulho enorme em já poder compartilhar com vocês o quanto estamos avançando em ações conjuntas já em 2025, com planejamento voltado para 2026 — a começar pelo calendário letivo construído e lançado hoje em parceria, resultado de um trabalho colaborativo que garante mais alinhamento, organização e diálogo entre as redes municipais e estadual”, afirmou o secretário.

Encerrando a manhã, a psicóloga e doutora em Educação, Cecília Antipoff ministrou a palestra “Infância para a vida toda: um olhar para os estudantes que transcende os diagnósticos,  como criar um ambiente pedagógico que fortaleça as relações”. Conhecida como “Guardiã das Crianças”, Cecília trouxe uma reflexão profunda sobre a patologização da infância e os desafios de construir ambientes pedagógicos mais afetivos e menos medicalizantes.

“A infância vem sendo patologizada, e nossas crianças têm pagado um alto preço por isso. Precisamos devolver a elas o direito de ser criança, de viver experiências reais e significativas”, afirmou.

Tarde de reflexões sobre inclusão e saúde na escola

A programação da tarde começou com a participação da Dra. Giselle Ribeiro de Oliveira, promotora e coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Educação do Ministério Público de Minas Gerais (CAOEDUC), que abordou o Decreto nº 12.686/2025, assinado em outubro de 2025, que instituiu a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva (PNEEI).

“A inclusão não é uma escolha, é um direito. E é papel de todos os gestores garantir que esse direito se concretize no cotidiano das escolas”, destacou a promotora.

Na sequência, Guilherme de Almeida, presidente da Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas, falou sobre os desafios e avanços na escolarização de estudantes com autismo.

“A escola precisa compreender que a inclusão começa no acolhimento. O primeiro passo é enxergar a pessoa antes do diagnóstico”, ressaltou.

O advogado e professor Sebastião Mendes apresentou a palestra “Conectar pessoas, transformar histórias”, trazendo a sua história de vida como exemplo prático de superação.

“Quando trabalhamos com empatia e escuta ativa, transformamos a escola em um espaço de pertencimento”, afirmou.

O último momento da tarde foi dedicado à palestra “Quando enxergar é aprender: o impacto da saúde ocular na inclusão escolar”, ministrada pelo Dr. Ricardo Guimarães, diretor do Hospital de Olhos de Belo Horizonte e presidente da Fundação Hospital de Olhos. Ele destacou a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento visual para o desenvolvimento infantil.

“Problemas de visão muitas vezes são confundidos com dificuldades de aprendizagem. Cuidar da saúde ocular é também cuidar da inclusão”, pontuou o especialista.

Entre os participantes, dirigentes municipais de várias regiões do estado também destacaram a relevância do encontro.

O dirigente municipal de Educação de Cônego Marinho, Rafael Juliano, afirmou que o evento tem proporcionado reflexões valiosas sobre o papel da gestão educacional.

“O seminário tem nos provocado a olhar com mais sensibilidade para as práticas escolares e a pensar em políticas que realmente façam diferença na vida dos alunos.”

O dirigente municipal de Educação de Curvelo, Alessandro Gomes Soares, ressaltou a importância do diálogo entre teoria e prática.

“É inspirador ouvir experiências e estudos que nos ajudam a transformar a realidade das escolas. Levo comigo muitos aprendizados que certamente terão impacto nas nossas ações locais.”

Já o dirigente municipal de Educação de Mariana, Fabrício Nepomuceno Bicalho, destacou o caráter integrador da programação.

“Este evento mostra o quanto a colaboração entre municípios, Estado e instituições é essencial para que a inclusão aconteça de fato nas escolas.”

O primeiro dia do Seminário foi marcado por uma intensa troca de experiências, falas inspiradoras e a presença de educadores comprometidos com a construção de uma educação pública inclusiva, afetiva e transformadora.

Compartilhe: